20 de Outubro de 2022
Moda fitness: o potencial de vendas de roupas e artigos esportivos
O varejo de artigos esportivos observa um crescimento consistente há pelo menos 5 anos. Mesmo com as dificuldades e baixas inevitáveis observadas durante o período crítico da pandemia de Covid-19, a venda de artigos esportivos continuou se destacando. Esse crescimento do setor reflete uma gradativa mas profunda mudança de comportamento do consumidor brasileiro.
Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 47% dos brasileiros não praticam exercícios físicos regularmente. O número ainda é alto, mas há uma queda constante no número de brasileiros sedentários quando comparamos o período entre 2006 e 2020, como sugere o estudo Vigitel Brasil, realizado pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o estudo, em 2006 o número de brasileiros que declararam praticar exercícios físicos não chegava a 30%. Já em 2019, o número registrado foi de 39%, com uma queda significativa de 3 pontos percentuais no início da pandemia em 2020, chegando a 36%. O crescimento médio observado no período é de 0,71% ao ano e principalmente entre adultos de 25 a 44 anos.
O brasileiro tem se dedicado a inserir a prática de exercícios físicos na sua rotina e essa mudança de comportamento está refletida no consumo de roupas e artigos esportivos. O cruzamento desses dados sugere um potencial de crescimento bastante consistente para a indústria fitness brasileira na próxima década.
Neste artigo, você vai conhecer a história do varejo de roupas e artigos esportivos e as tendências desse mercado para o futuro. Confira!
Os artigos esportivos e sua influência na moda
A moda é uma espécie de tradução para o vestuário dos costumes e ideias populares em um determinado contexto político, social e econômico. Como um fenômeno cultural, a moda é constantemente retroalimentada pelos acontecimentos da vida cotidiana. Por isso, é uma poderosa forma de expressão, capaz de contar a história de uma prática através do tempo.
A prática de esportes demanda uma adaptação do vestuário para melhorar a performance dos atletas. O primeiro objetivo das roupas e artigos esportivos foi impedir que o traje atrapalhasse a prática, criando modelos adequados para cada esporte. Com o avanço tecnológico, o objetivo passou a ser fabricar peças que possibilitem o melhor desempenho nas atividades e garantam o conforto dos atletas.
A relação entre moda e esporte se tornou mais próxima entre as décadas de 1920 e 1930, um período de grande modernização. Algumas peças-chave do vestuário contemporâneo foram criadas nesse período e tiveram forte influência dos esportes, como é o caso da camiseta pólo, do clássico tênis All Stars e do casaco tweed.
Continue lendo e saiba mais sobre os primeiros artigos esportivos da história e o desenvolvimento da moda fitness.
As primeiras peças híbridas do esporte
A camiseta pólo, como o nome sugere, foi criada para a prática de um esporte, mas do tênis. Criado, em 1920, pelo célebre tenista francês René Lacoste, o modelo encurtava as mangas de uma camiseta tradicional usada pelos jogadores de tênis. Com o novo modelo, Lacoste lançou moda dentro e fora das quadras, criando sua própria marca anos mais tarde.
O clássico tênis All Stars, da Converse, foi criado em 1921. O modelo, com o cano mais alto, foi uma ideia do jogador de basquete Chuck Taylor e se tornou popular entre os jogadores e jovens apaixonados pelo novo esporte. Décadas depois, em 1950, o All Star foi apropriado pelo movimento do Rock’n Roll e ganhou mais uma camada de significado que o descolou do esporte.
Por volta de 1924, foi a vez de Coco Chanel incorporar uma peça esportiva ao seu vestuário. O casaco tweed foi adaptado da peça usada tradicionalmente por homens da aristocracia britânica em atividades de cavalgada e caça. A peça sobreviveu como um clássico da alta costura e agora também ocupa lugar de destaque na moda casual.
A popularização das roupas e artigos esportivos
A crise de 1929 mudou profundamente o cenário econômico, e tecidos mais baratos começaram a ser utilizados na fabricação das roupas. Além disso, os modelos foram adaptados para se tornarem mais versáteis e práticos, possibilitando a prática de exercícios ao ar livre, a locomoção usando a bicicleta e novos hábitos desse período..
Entre as décadas de 1940 e 1950 os peças de moda fitness foram encolhendo de tamanho e mostrando cada vez mais o corpo dos atletas, começava a era do shortinho. A partir da década de 1950, os modelos começaram a investir em conforto e funcionalidade esportiva e a moda fitness começou a ganhar autonomia. Nesse período surgiram as primeiras calças legging.
A partir da década de 1970, teve início um novo movimento de popularização dos exercícios físicos nas academias e isso impulsionou o mercado de roupas e artigos esportivos. As peças masculinas e femininas eram coloridas, vibrantes e um pouco sensuais. Foi a partir da década de 70 que as “roupas de ginástica” começaram a ser vistas como um estilo próprio de moda.
Em 1980, grandes atletas — como Michael Jordan, nos Estados Unidos, e Pelé, no Brasil — começaram a estrelar campanhas de moda fitness e as peças passaram a ser cada vez mais inseridas no vestuário casual. Durante as décadas de 1990 e 2000, a calça legging se consagrou por sua versatilidade e as camisetas de times — de futebol, basquete, futebol americano, etc — passaram a ser usadas fora do ambiente esportivo.
A consolidação da Moda Fitness e sua introdução no mercado de luxo
A partir do anos 2010, a intensa colaboração entre grandes marcas do esporte como Nike, Adidas e Puma, com celebridades não só do esporte, mas da música e outras artes, e com grifes como Dior e Balenciaga, ajudou a consagrar o hibridismo das roupas e artigos esportivos.
Essas peças, que já foram consideradas de menor ordem na moda, também ganharam espaço no mercado de luxo. O tênis deixou as quadras e academias e ganhou as ruas, se tornando um clássico absoluto da moda casual. A peça pode ser encontrada do modelo mais casual, ou capaz de oferecer a melhor performance em determinado esporte, ao mais luxuoso e extravagante.
Na última década, a moda fitness privilegiou a criação de modelos mais práticos, principalmente para as mulheres, que ganharam shorts esportivos com bolsos. Houve um grande aperfeiçoamento na tecnologia dos tecidos também, além de oferecer maior sustentação aos músculos e melhorar a respiração da pele, alguns tecidos já são capazes de regular a temperatura do corpo.
As peças justas não perderam espaço, mas os modelos oversized, com modelagens maiores, que não marcam a silhueta, também se popularizaram como um contraponto. A grande tendência no comportamento das pessoas que vem influenciando também a moda fitness é a busca por praticidade.
Outro reflexo disso é que as mulheres têm deixado de comprar bolsas, modelos como bolsas de mão podem estar próximos da extinção. O fato é que não só mulheres vem dando preferência para mochilas, modelos a tiracolo e pochetes, como o consumo desses acessórios cresceu entre os homens.
O protagonismo dos artigos esportivos na moda casual
O athleisure é outra tendência de moda que vem impulsionando o aumento das vendas de roupas e artigos esportivos. O estilo é híbrido e une moda fitness e casual, fazendo combinações improváveis e ressignificando a função de algumas peças. O resultado é um visual que se encaixa ao mesmo tempo na academia e em uma reunião de negócios.
Durante a pandemia, a tendência ganhou ainda mais força, com a busca por peças confortáveis que sejam capazes de atender ao home office, às tarefas domésticas e às eventuais reuniões. O surgimento e fortalecimento do athleisure está diretamente relacionado à mudança de comportamento que citamos no começo deste artigo, com a prática de exercícios físicos se tornando prioridade.
A pandemia também ajudou a estimular esse novo comportamento, cerca de 39% dos brasileiros começaram a praticar algum esporte no período. Mesmo assim, de acordo com pesquisa realizada em 29 países, o Brasil lidera o ranking de países mais sedentários do mundo. Os brasileiros dedicam em média 3 horas semanais à prática de exercícios físicos, bem abaixo da média mundial de 6 horas.
A prática regular de exercícios físicos é uma prerrogativa para uma boa saúde física e mental, a OMS estima que a falta de atividade física pode causar doenças em 500 milhões de pessoas até 2030. A população mundial atual é a mais velha da história até hoje e essa é uma tendência que deve se manter nos próximos anos, com a maioria da população em idade avançada.
Em atenção a esses dados e perspectivas, a OMS reforçou seu compromisso em combater o sedentarismo e atualizou sua recomendação para a prática de exercícios físicos. A organização recomenda a prática semanal de 150 a 300 minutos de atividade física moderada ou de 75 a 150 minutos de atividade física vigorosa.
Perspectivas para o varejo de artigos esportivos
Hoje, o Brasil tem a maior receita da América Latina com a indústria de exercícios físicos. O setor de serviços fitness movimenta cerca de 2,1 bilhões de dólares no país. Esse é um cenário em transformação e que continuará aquecendo o crescimento do varejo de artigos esportivos na próxima década. A curto prazo, especialistas projetam um crescimento de 5% ao ano até 2025 no mercado de artigos esportivos.
Um estudo realizado pelo Google apontou um aumento do interesse do público por esportes individuais, como caminhada, corrida, ciclismo, skate, yoga e a prática de exercícios físicos em academias. Para se tornar um hábito, um novo interesse precisa se tornar ação e esse comportamento precisa ganhar consistência ao longo do tempo.
Sendo assim, ainda estamos processando os novos hábitos de consumo pós-pandemia e esso é um período rico em insights. É hora de aproveitar a tendência de crescimento do varejo digital, aliada ao potencial de crescimento do varejo de roupas e artigos esportivos para investir nos melhores negócios. Com base nos dados que apresentamos até aqui, é possível dizer que as perspectivas são excelentes para:
- Lojas de tênis;
- Lojas de mochilas, pochetes e acessórios esportivos;
- Lojas especializadas em artigos para esportes individuais;
- Lojas de bicicletas, skates e patins;
- Lojas de moda fitness.
Nesse outro artigo, você pode ler mais sobre as tendências e perspectivas para o mercado de moda e descobrir novos insights de negócios.
Vai abrir um negócio ou quer ampliar sua rede de lojas? Entenda como um sistema de gestão de varejo pode ajudar sua empresa a crescer.
A Mannesoft está há mais de 30 anos desenvolvendo soluções em softwares. Com o Mannesoft +Lojas levamos aos nossos clientes um sistema de gestão de redes de lojas que integra: gestão de lojas, gestão de backoffice, gestão omnichannel e gestão de e-commerce.
O +Lojas é um SaaS (software as a Service) e se destaca por oferecer:
- sistema especializado em lojas de moda, calçados, bolsas e artigos esportivos.
- controle de grade por cor e tamanho dos produtos;
- emissor de etiquetas padrão e de promoções para para vitrine e showroom;
- OTB para compra em lote direcionada às lojas da rede;
- relatórios e painéis de acompanhamento da performance e desempenho de produtos por linha, marca e modelo.
- ferramentas para venda assistida e venda balcão, além do sistema de checkout rápido com auto pagamento;
- datacenter de alta disponibilidade com tecnologia de gerenciamento de dados Oracle;
- serviços de implantação, importação e validação dos dados;
- acesso a novas versões;
Fale com um de nossos consultores e saiba mais!
Quer continuar por dentro das tendências do varejo e saber mais sobre as nossas soluções em software?