06 de Outubro de 2022

Mercado de moda: tendências e perspectivas para o Brasil

O mercado de moda foi um dos setores mais afetados pela pandemia de Covid-19 e precisou se digitalizar para sobreviver ao período. O fechamento das lojas físicas, aliada a ausência de eventos sociais e a adoção do home office também influenciaram a mudança de comportamento do consumidor nesse segmento.

Por outro lado, o mercado de moda foi o que melhor se adaptou ao e-commerce, sendo responsável por 19,6% de todos os pedidos feitos online, em 2020. Só naquele ano, o setor cresceu 95%, deixando o Brasil em 9º lugar no ranking dos países que mais gastam com a categoria.

Nesse cenário, a tecnologia se fortaleceu como um fator decisivo para o consumidor durante toda a jornada de compra. De acordo com o Relatório Varejo 2022, 66% dos consumidores brasileiros esperam que os varejistas usem tecnologia para melhorar a experiência também em suas lojas físicas.

Neste artigo, você vai saber mais sobre o novo comportamento do consumidor no mercado de moda, quais as tendências observadas nos segmentos de vestuário, calçados e acessórios e como elas afetam as perspectivas para o futuro do setor. Continue lendo para entender mais sobre o mercado de moda e ficar por dentro das novidades do setor.

Comportamento do novo consumidor no mercado de moda

O acesso à informação e a popularização de tecnologias no varejo têm provocado profundas transformações na maneira como as pessoas fazem compras. Nesse cenário, o comportamento do consumidor está em constante transformação, mas o lockdown provocado pelo agravamento da pandemia acelerou algumas mudanças e consolidou outras. 

O impacto foi sentido em todos os segmentos, no mercado de moda já  vinha se desenhando um perfil de consumidor muito mais consciente — o chamado consumidor ativista —, atento à reputação da empresa e sua preocupação com processos de produção e distribuição sustentáveis. Além de ter adquirido novos hábitos de consumo no pós-pandemia, a frequência e, principalmente, a motivação das compras mudaram.

Em relação aos hábitos de compras, dados do Relatório Varejo 2022 mostram que 69% dos consumidores têm o hábito de comprar roupas e acessórios tanto em lojas físicas como online. Portanto, se o varejista aplicar o conceito phygital de atendimento, poderá se beneficiar, além de proporcionar uma experiência melhor ao cliente. 

Enquanto isso, 39% dos consumidores ainda preferem fazer compras em lojas físicas. E cerca de 72% considera a loja física um ponto de contato importante com a marca, mesmo quando fazem compras online — afinal, pode-se conferir o produto pessoalmente e tomar a decisão online, no conforto e na comodidade que o consumidor preferir.

O volume e a frequência de compras também  está passando por mudanças. Segundo pesquisa realizada pela Opinion Box, em Janeiro de 2021, 43% das pessoas compraram menos roupas, em relação ao mesmo período de 2020. A maioria dos entrevistados, que corresponde a 33%, relatou comprar roupas uma vez a cada 3 meses e 26% afirmam comprar roupas uma vez a cada 6 meses. Ciclos muito mais extensos do que o observado anteriormente entre a maioria dos consumidores. 

Em relação à motivação das compras, 59% dos consumidores compram apenas porque reconhecem que precisam, enquanto 66% afirmam que comprar roupas faz com que eles se sintam melhores. Outros fatores também influenciam na decisão de compra, como:

  • Preço (57%);
  • Qualidade das peças (45%);
  • Promoção (41%);
  • Variedade de produtos (28%);
  • Condições do frete (17%).

No varejo físico, compras por impulso, apesar de não aparecerem na pesquisa, podem pesar nos números do varejo de moda. Com a redução na circulação de consumidores nas lojas, o faturamento reduziu. Agora, o desafio é gerar ações em que esse tipo de compra também aconteça no e-commerce, assim como restabelecer as compras por impulso no varejo presencial.

A experiência também é um fator determinante para o consumidor antes, durante e após a compra. 70% dos consumidores afirmam que não voltaram a comprar em lojas que ofereceram uma experiência de compra ruim. Site responsivo e otimizado, atendimento Omnichannel, flexibilidade nas formas de pagamento e suporte pós-venda são alguns aspectos dessa experiência que os usuários consideram essenciais.

Tendências do mercado de moda no Brasil

Uma das principais tendências para o mercado de moda no Brasil é o segmento de artigos de luxo. A Associação Brasileira de Empresas de Luxo (Abrael) observou um aumento médio de 51,74% na venda de artigos de alto padrão em Setembro de 2021, em relação ao ano anterior. Uma das explicações para o crescimento é a mudança de comportamento da classe média alta, que impossibilitada de fazer viagens, aumentou o consumo de marcas nacionais e internacionais de alto padrão.

O crescimento do mercado de moda de luxo é observado nos segmentos de vestuário e acessórios, principalmente calçados, bolsas e joias. Especialistas apontam que o crescimento do consumo de itens de luxo tem relação direta com o cancelamento das viagens nacionais e internacionais. A seguir, confira as principais tendências observadas em cada um destes segmentos.

  • Vestuário

A sustentabilidade é a grande tendência no segmento de vestuário, responsável aproximadamente 8% da emissão de gases de efeito estufa. A indústria têxtil é uma das mais poluentes do mundo, ficando atrás apenas da petrolífera. E para acompanhar a demanda dos consumidores por produtos fabricados com material ou por meio de processos sustentáveis, as grandes marcas têm investido em inovação. 

Além disso, o mercado de vestuário de segunda mão também vem se fortalecendo. O upcycling ou moda circular caiu no gosto dos consumidores e tem movimentado os negócios no mercado de moda, inclusive no mercado de artigos de luxo. De acordo com um estudo realizado em 2018 no Brasil, 70% dos consumidores de itens usados gostam do fator sustentável dos itens.

Quando se trata de peças de segunda mão, a qualidade e exclusividade são os diferenciais que mais agregam valor. Mas os consumidores também buscam por uma experiência de compra segura e flexível como as oferecidas por grandes marcas.

  • Acessórios: Bolsas, Calçados e Joias

O mercado de acessórios de moda observou um crescimento de 51,74% em 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. E a expectativa é que o segmento tenha um crescimento anual de 12,3% durante o período de 2021 a 2026. Continue lendo para saber mais sobre os principais destaques desse segmento.

  • Bolsas

As mulheres têm comprado cada vez menos bolsas, as vendas do acessório caiu 20% em 2019. Além disso, o valor que os consumidores estavam dispostos a pagar pelo acessório passou para menos da metade nos últimos 15 anos. A bolsa é um acessório com baixo índice de inovação e o consumidor tem dado preferência para modelos que oferecem mais versatilidade, como mochilas.

Por outro lado, essa mudança de consumo não atinge grifes como Louis Vuitton, Chanel, Gucci, Dior, Hermès, entre outras, que têm seu valor social já demarcado no imaginário do consumidor. No Brasil, as marcas nacionais de bolsas e calçados de alto padrão aumentaram o faturamento durante a pandemia. A marca mineira Luz da Lua é um bom exemplo, a empresa planeja duplicar o número de lojas no país até 2024.

  • Calçados

No segmento de calçados, a inclusão dos exercícios físicos e da prática de esportes na rotina tem impulsionado as vendas de tênis e outros acessórios esportivos. A tendência de moda conhecida como Athleisure — uma junção das palavras “atletismo” e “lazer” no inglês — preza pelo conforto e procura associar moda e bem-estar. 

Mesclando peças associadas à prática de esportes com casacos, blazers e outros elementos da moda casual, o Athleisure deu outro status às roupas e calçados de ginástica. E os itens fitness já contam com seu próprio mercado de itens de luxo, se tornando peças-chave nos desfiles das grandes grifes.

  • Joias e semijoias

As joias são símbolo de poder econômico desde a antiguidade, não desvalorizam e não saem de moda. Isso explica o crescimento do setor em um período incerto como o da pandemia de Covid-19. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, em 2021 o mercado de joias observou um crescimento de 20% na receita, faturando 4,5 bilhões.

Parte do aumento da receita é referente ao repasse da elevação do preço do ouro, mas ainda é possível dizer que houve um crescimento significativo do setor no período. As joias receberam o orçamento que costuma ser destinado às viagens internacionais e foi mais um mercado que se beneficiou do impedimento das viagens.

Perspectivas para o futuro do mercado de moda no Brasil

O mercado de moda está em amplo crescimento no Brasil, seja no segmento de vestuário ou acessórios. As oportunidades de negócio se multiplicaram com o crescimento do varejo online e as mudanças devem se consolidar em um cenário pós-pandemia. Dois tópicos merecem destaque e devem continuar movimentando o setor nos próximos meses: o desenvolvimento tecnológico e digitalização do varejo e o crescimento do mercado de itens de luxo.

A digitalização do varejo já é uma realidade e a tendência é continuar se expandindo. De acordo com o Relatório Varejo 2022, 98% dos varejistas brasileiros disseram que pretendem investir para melhorar a tecnologia de suas lojas. O relatório projeta um crescimento 11% maior para empresas que conectam seus sistemas, em relação às que não fazem isso.

O varejo de itens de luxo também merece atenção especial. O mercado de acessórios de moda de alto padrão ainda é pouco explorado no país e deve observar um investimento maior nos próximos anos. Com atenção para os segmentos de calçados e joias, que se destacou durante os últimos dois anos.

Agora que você já conhece o novo comportamento do consumidor e as principais tendências desse mercado, sabe que não dá mais para adiar a digitalização do seu negócio.

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