14 de Abril de 2022

Metaverso e seu impacto no varejo

Desde que foi lançado, o metaverso ganha força e atrai tanto marcas quanto consumidores para o mundo virtual. A ideia é que seja uma extensão das nossas vidas aprimorada pela tecnologia, ou seja, oferece diversas possibilidades para o varejo.

Antes de falar do varejo no metaverso, é preciso definir o que é esse conceito ainda abstrato: a ideia do Facebook é criar um universo digital paralelo, em que as pessoas poderão fazer compras, encontrar pessoas e ter as mesmas experiências do mundo real.

Da forma como existe hoje, esse universo usa uma série de tecnologias que já estão no mercado há algum tempo, como realidade virtual e realidade aumentada, mas que ainda não se popularizaram do mesmo modo como os smartphones, por exemplo.

Existe uma série de dúvidas sobre se o metaverso “vai pegar”, mas o fato é que os avanços tecnológicos dos próximos anos serão impulsionados pela conectividade 5G e Internet das Coisas (IoT), criando novas possibilidades e tornando o mundo virtual cada vez mais parecido com o real.

Quando pensamos em sua relação com o comércio, o metaverso irá trazer mudanças fundamentais ao varejo, à medida que as projeções para os próximos anos apontam o aumento da compra de bens e serviços online em uma experiência cada vez mais tridimensional e imersiva.

Desde novos produtos e recursos de vendas a novos canais de distribuição, essas ferramentas ainda oferecem às marcas a possibilidade de se aproximarem dos consumidores, especialmente as novas gerações, que estão mais habituadas ao formato imersivo.

Segundo levantamento do Kantar Ibope Media, 6% dos brasileiros que usam internet já transitam por alguma versão do metaverso – o que equivale a quase 5 milhões de pessoas.

Globalmente falando, a consultoria Gartner prevê que, em 2026, um em cada quatro usuários de internet vai gastar ao menos uma hora por dia nesses mundos virtuais. 

Com isso, abre-se um amplo espaço de negócios para o varejo, tão grande ou até maior do que o e-commerce. Nos cálculos da Bloomberg Intelligence, isso deve movimentar cerca de US$ 800 bilhões até 2024.

Oportunidades para o varejo no metaverso

Enquanto o modelo atual do e-commerce é baseado no consumo das informações, a tendência é que o varejo continue evoluindo e, no futuro, os consumidores tenham uma experiência de imersão online.

Porém, esse mundo continua evoluindo e muitas marcas já estão investindo em formas de começar a adotar esse conceito em suas estratégias. 

Atualmente, varejistas de diversos segmentos estão usando o metaverso para fortalecer os vínculos com os clientes ao fornecerem conteúdos exclusivos em novas plataformas. 

Outras empresas permitem que possíveis compradores possam visualizar e experimentar seus produtos em realidade aumentada, por exemplo, em vez de apenas ver imagens desses mesmos produtos em uma prateleira digital.

A marca francesa de cosméticos Sephora criou a Sephora’s Virtual Artist, permitindo que os usuários presentes nas lojas da marca possam experimentar diferentes tons de base, sombra, batons, entre outros produtos, ao simplesmente tirar uma foto.

No Brasil, O Boticário criou uma loja no jogo Avakin Life, em que os jogadores podem resgatar prêmios em itens da marca e pedir ajuda a uma consultora virtual para entender mais sobre as ativações no jogo.

Embora sejam ações diferentes, muitas empresas estão procurando formas de proporcionar imersão e um relacionamento mais próximo com o usuário. Outras marcas, como Adidas, Nike, Zara, Vans, Gucci, Louis Vuitton, Balenciaga e Ralph Lauren, por exemplo, já realizaram diferentes ativações em jogos como Roblox, League of Legends e Fortnite.

Com isso, o objetivo é atingir as gerações Z e Alpha (nascidos a partir de 2000 e 2010, respectivamente), que são nativos digitais e estão crescendo imersos em experiências online.

As lojas virtuais, portanto, são apenas o ponto de partida da exploração de novos canais de vendas e relacionamento com o consumidor.

Nesse cenário, o metaverso dará aos varejistas a possibilidade de recriar seu negócio sem limites de fronteiras físicas, ampliando seu alcance de forma imersiva.

Por enquanto, o metaverso ainda é uma projeção e o mais próximo desse modelo, atualmente, é o varejo omnichannel, que reduz as barreiras entre o físico e o virtual, proporcionando uma experiência única para o consumidor.

Essa tendência também está relacionada ao consumo “phygital”, que é o centro de um modelo de negócios mais leve e digital. Confira nosso artigo e fique por dentro dessa tendência.